Capítulo 1

– 1, 2, 3..Vai!!

Cedo da manhã, uma equipe da polícia de Nova York, comandada por George Faith, arromba a casa de uma mulher jovem, desaparecida há quatro dias.

– Pro quarto! – George aponta assim que a porta é aberta

– Senhor! Achamos, senhor! – disse um policial de longe

– Ta morta? – gritou Zachary do lado de fora

– Sim, senhor.

Zachary Hanson é uma dos investigadores mais conhecidos e admirados de Nova York, embora ainda jovem, por ser persistente e perspicaz em suas investigações. Entrou na polícia cedo, depois de acompanhar sua ex-namorada, uma repórter investigativa, em alguns casos que envolviam a polícia.

Zachary e George foram até o quarto da mulher, ver em que estado ela estava morta.

– O que é isso? – Zachary chegou perto da cama – Ela estava dormindo?

A mulher estava deitada e bruços e tapada com cobertores, à primeira vista, nenhuma marca de homicídio.

– Levanta isso aí. – George apontou para as cobertas.

Um dos policiais levantou, mas não havia sangue nos lençóis, e como ela estava com pernas e braços à mostra, puderam ver que não havia hematomas, nem sinal de briga.

– O que é? Morte natural então? – disse Zac, quando abriu um chiclete e o pôs na boca
– Não sei...chamem o legista. – disse para um outro policial
– que pena. Ela era bonita. – estava abaixado, olhando para o rosto da mulher.
George riu.
– Que humor negro.
Zachary sorriu com o canto da boca e levantou-se.
– Muito bem, vejamos o que temos aqui. – colocava as luvas para abrir o criado-mudo.
Zachary o abriu e soltou uma risada irônica. Encontrou frascos de remédio e vidros de creme facial. Pegou um dos frascos.
– Ahá! – mostrou o frasco – Antidepressivo e remédio para insônia. Acho que a nossa amiga se matou. – olhava para os frascos
– Ou foi acidental.
– Ah é...De repente o antidepressivo não podia ser usado com o creme rejuvenescedor... – franziu a testa – Cara, quantos anos ela tinha?
– O nome dela era Diane Ledger, 38 anos – lia uma ficha que um dos policiais acabara de lhe dar
– E o que mais? – soltou os frascos
– Era professora..isso já sabíamos. – leu em silêncio mais um pouco – E se tratava da depressão há quatro anos.
– Ela precisava de um marido. E filhos. – cumprimentou os legistas que chegavam

Os legistas começaram a mexer no corpo para leva-lo até o IML e George e Zachary saíram do quarto.
– Na verdade, ela foi casada, mas se separou há quatro anos. Coincidência? – arqueou uma sobrancelha irônico
– Será que o marido tinha algum motivo para querer dar um fim nela?
– Como assim? Sabotar os remédios?
– Bem, é. A amiga disse que ela estava muito bem nos últimos tempos, que já saía com um cara, e bem, ela já usava creme rejuvenescedor! Será mesmo que ela ia se matar?
– Não sei. Vamos esperar o laudo dos legistas e depois especular. – piscou um olho e depois saiu da casa
– E família?
– Uma tia aqui, a mãe morreu faz uns oito anos...
– Ué, e a tia não deu falta dela?
– Parece que elas não se davam muito bem.
– Ahn, que típico.

Observaram os legistas colocando o corpo no carro em silêncio. Estava um dia ensolarado, e os vizinhos já saíam de casa averiguar o que se passava na casa da jovem Diane.
– Ta com fome? – olhou para George
– To.
– Panquecas?
– Eu dirijo. – entraram no carro.


Julia tomava uma xícara de café apressadamente. Passara a noite terminando um trabalho de fim de curso que a deixou sem sono por noites.
Pegou o trabalho, a pasta, o jaleco e saiu em direção ao metrô. Ela cursava Bioquímica e já estava no último semestre. Por ter sido sempre muito aplicada, conseguira um estágio em um laboratório e já tinha emprego garantido no ramo das pesquisas cosméticas.
Louise terminava de escrever o seu artigo para a revista Saúde & Vida quando recebeu um telefonema.
– Alô? – escutou – Oh! Sério? Eu..eu te encontro lá. – desligou
Ajeitou umas folhas e pegou a bolsa.
– Hey, Betty! Venha aqui! – chamou uma mulher baixinha que passava.
– Sim, senhorita Pott?
– Vou ter que sair, você poderia avisar a quem perguntar que eu tive um imprevisto?
– Sim.
Louise agradeceu e começou a caminhar em direção á saída.

Louise cursara Jornalismo e havia sido a primeira da turma. Sempre andava investigando casos, ligando fatos e pondo sua vida em perigo para escrever boas matérias na faculdade, porém o reitor a proibia de publicar tal tipo de artigo e ela sempre ficava com a parte da fofoca, que não era sua preferida, mas a divertia. No final do curso, mesmo com boas notas e boas matérias não conseguiu o emprego que queria, mas conseguiu o melhor posto de uma revista: as matérias de capa.

Quase saindo da redação, Louise encontrou Milena Kuster, editora-chefa.
– Onde vai, Pott? –parou na frente de Louise
– Resolver uma coisinha. – sorriu cara-de-pau
– A sua matéria está pronta?
– Ainda não mas...
– Então, acho melhor voltar ao trabalho. – interrompeu
– Mas eu só...
– Eu quero a sua matéria na minha mesa em meia hora. – interrompeu novamente e deu as costas

Louise revirou os olhos e voltou para sua sala. Sentou-se na frente do computador e terminou a matéria em 10 minutos.
Levou até a sala da editora-chefa e largou na mesa.
– Vou tirar o resto da tarde de folga. – virou-se para sair
Milena a olhou.
– Acho que sabe quantas pessoas gostariam de estar no seu lugar. – disse em tom ameaçador
– Estou certa de que almejam um outro lugar, senhora Kuster. – arqueou uma sobrancelha e saiu da sala.


Á tarde Zachary foi chamado na sala de George. Parou de ler o jornal e caminhou ansioso até a sala no final do corredor, já sabia do que se tratava.
Bateu na porta e abriu.
– Com licença, chefe.
– Entra, Zac. - fez sinal com a mão - Chegou o laudo. – mostrou.
– Uau, que rápido!
– Eles te conhecem.
Zac riu.
– E o que diz aí?
– Bem, diz a causa foi uma substância presente no remédio contra insônia... – olhou par Zac.
– O excesso da substância? Foi suicídio então?
– Bom, o laudo diz também que ela morreu dormindo e. É, eu acho que foi sim.
– Isso só vamos saber depois de ver os frascos. – gesticulou
– A perícia vai trazer, eu já pedi.
Zac sorriu satisfeito. Desde que ele começou a trabalhar lá, o departamento de investigações subia no conceito, ganhando alguns mimos tais como ares-condicionados novos, salas melhores, viaturas novas... Portanto, George praticamente deixava Zac comandar, satisfazendo suas vontades.
– Bem, não acho que seja um caso de extrema importância, você sabe, milhares de pessoas tiram suas vidas diariamente.
– Só quero ter certeza. – Zac cruzou os braços
George balançou a cabeça concordando, logo após bateram à porta.
– Sim?

– Senhor, o laudo da perícia do local e os frascos que me pediu.
– Deixe aqui.
O policial entregou para George.
– Obrigado. – abriu o laudo – Vejamos...
Zac mexeu na sacola e pegou o frasco de dentro. Analisou e tirou-o do plástico. Abriu e espalhou as pílulas em cima da mesa, contando-as. Franziu a testa e pegou o vidro novamente. Notou algo.